(16) 99963-6036
sexta, 23 de maio de 2025
Comportamento

Bebês reborn: hobby, arte ou exagero? Colecionadoras são-carlenses enfrentam preconceito

20 Mai 2025 - 12h50Por Abner Amiel
Adriana e sua coleção de bebês reborn - Crédito: Abner Amiel Adriana e sua coleção de bebês reborn - Crédito: Abner Amiel

Nas últimas semanas, uma nova polêmica tem ganhado espaço nas redes sociais: a presença de mulheres adultas criando conteúdo com bebês reborn — bonecas hiper-realistas que se assemelham a recém-nascidos. O tema voltou à tona após um vídeo da adolescente Y.B., de Janaúba (MG), viralizar ao simular uma ida ao hospital com seu boneco, “Bento”. A gravação, publicada no TikTok, ultraou 8 milhões de visualizações e gerou uma onda de comentários críticos, alguns agressivos, como: “vai se tratar, louca” e “caso de psiquiatra”.
O episódio reacendeu o debate sobre os limites entre o hobby e um possível comprometimento à saúde mental. Enquanto alguns veem exagero no apego às bonecas, outras defendem o direito apenas de colecionar.

Em São Carlos, a repercussão incomodou quem já trabalha com as bonecas há anos. Três mulheres empresárias da cidade, entrevistadas pela reportagem, manifestaram indignação com os julgamentos precipitados. Para elas, trata-se de um nicho criativo, artístico e até comercial — não de um comportamento patológico. O vídeo está nas redes sociais do SCA.
 

Juliana e Andréia 

A empresária Juliana Brugnera, que confecciona e vende bebês reborn há quatro anos, que tem 12 bonecas, afirma que há desinformação e preconceito em torno do tema. “Estamos no mercado há anos fazendo essas bebês lindas. Muitas colecionadoras são mães, mulheres adultas, que gostam de colecionar bonecas. Vi vídeos na internet de pessoas que ganham dinheiro gerando conteúdo inventando situações, como cuidando de bebês como se fossem uma criança de verdade e as pessoas acreditando e taxando de loucas. Essas pessoas não são colecionadoras”, declarou revoltada. A empresária vende bebês reborn  na cidade e para as cidades da região, como Ibaté, Descalvado, Itirapina, Araraquara.

A também empresária, Andreia Nogueira coleciona bonecas há oito anos e usa os reborns em sua loja infantil. “Uso as bebês nas vitrines. São só parte da decoração. Nunca levei boneca para ear, nem nada assim.”, explicou.
“As pessoas falam que tem colecionadores tratando bebês reborn como se fossem pessoas, acho que é fake, algo ageiro. Como qualquer outro colecionador de cédulas ou de carros, nós apenas colecionamos bebês reborn, e não tem nada  a ver com loucura”, completou Andreia.
Adriana Pires de Souza começou como colecionadora há três anos e hoje também comercializa as bonecas. Tem 23 em sua coleção. “Gosto de cuidar, arrumar e mostrar para quem visita minha casa. Jamais levaria uma boneca ao médico. A graça é cuidar delas em casa, ver a reação das pessoas quando conhecem. É uma coleção”, afirmou Adriana.

Leia Também

Últimas Notícias