
O assessor especial de infraestrutura urbana do prefeito Netto Donato, João Muller, denunciou na manhã desta terça-feira, 20 de maio, que São Carlos está vivendo uma espécie de “apartheid social” com o preconceito demonstrado por moradores da região do Grande Santa Felícia e também em bairros de luxo no seu entorno contra pessoas pobres.
Este grupo de moradores daquela região estariam deixando claro que são radicalmente contra a construção de 400 ou 200 apartamentos na Avenida Bruno Ruggiero.
O governo federal liberou R$ 90 milhões para a construção de um núcleo habitacional em São Carlos. O Ministério das Cidades, em parceria com o município de São Carlos escolheu o terreno do Santa Felícia como o melhor lugar para abrigar as habitações, já que é dotado de infraestrutura urbana como mobilidade, energia elétrica, saneamento básico, saúde, educação, segurança pública e etc.
Muller afirma que que foi vaiado dez vezes num período de apenas uma hora durante a audiência pública realizada no anfiteatro da Prefeitura com os moradores daquela região para debater o impacto de vizinhança.
“Cerca de 70 moradores daquela região se manifestaram contra a construção dos apartamentos. Está acontecendo algo muito triste para nós de São Carlos que defendemos os menos favorecidos da cidade. Um grupo de moradores contra as habitações colocou até carro de som incitando todo o grande Santa Felícia contra o empreendimento. O Netto fez um trabalho importante, reduzindo de 400 para 200 apartamentos. E eles continuam insistindo, afirmando que lá não tem estrutura, infraestrutura urbana e equipamentos públicos para receber novos moradores. Não é verdade. Nós fizemos todos os estudos. O que me deixa um pouco inquieto é que ninguém está preocupado com empreendimentos de faixa 2, com, mais de 600 habitações naquela região e a Corpal com mais de 800 unidades. Eu digo para vocês que o consumo de água para famílias de alta renda, que tem alta renda e piscinas. Vamos colocar que 20 destes moradores certamente só com as piscinas e saunas, vão consumir mais água que as 200 famílias que vão morar no empreendimento da Bruno Ruggiero”, destaca ele.
Muller vê preconceito na postura dos moradores do Santa Felícia que são contra. Ele argumenta que existe uma fila de 8.000 pessoas esperando uma habitação e que um dos deveres do governo municipal é buscar garantir a melhoria de vida para o povo mais pobre através da habitação popular. Ele disse que fica muito triste com moradores do Santa Felícia e de condomínios da região que estão contra o empreendimento. “Nós mudamos o perfil dos moradores do local. Lá vamos abrigar pessoas como mães solo, idosos e pessoas com deficiência Eles querem dizer que será um novo CDHU e que lá só vão morar bandidos. Fico pasmo que ninguém se preocupe com as pessoas que moram no Capão das Antas e outras ocupações sem qualquer estrutura. No CDHU são mais de 1.000 apartamentos e não teve o trabalho social do Governo do Estado. Nós vamos entregar e vamos ter o trabalho social do município”.
Segundo ele, em denúncia apresentada ao Ministério Público Federal, um grupo de moradores daquela região, chegou a afirmar que a região, localizada numa das regiões mais altas da cidade, se abrigasse novas habitações, estaria sujeito a sofrer com enchentes.
O assessor, que atua na vida pública há mais de 30 anos e conhece todos os bairros da cidade, destaca que a Prefeitura, ao contrário do que falam vários moradores daquela região, irá ampliar a infraestrutura e os serviços públicos para atender às novas demandas que os novos moradores irão exigir.