
Embora a busca por reconhecimento em rankings não seja uma prioridade para a maioria dos pesquisadores, os resultados muitas vezes refletem anos de dedicação, impacto científico e contribuição para a formação de novas gerações. É o caso dos professores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, que se destaca na edição 2025 do ranking da plataforma internacional Research.com .
Produzido anualmente a partir de várias fontes de dados, incluindo OpenAlex e CrossRef , a lista coloca o diretor do ICMC, professor André de Carvalho , na 6ª posição entre os melhores cientistas da computação do Brasil. Além dele, outros quatro docentes do Instituto aparecem no ranking nessa área: Seiji Isotani , em 26º lugar, José Carlos Maldonado , em 27º lugar, Diego Raphael Amancio , em 36º lugar e Francisco Aparecido Rodrigues em 37º lugar. Já o professor Alexandre Nolasco de Carvalho despontou em 26º lugar na lista dos melhores pesquisadores de matemática do país.
Para André de Carvalho, a presença dos docentes do ICMC no ranking é motivo de orgulho e evidência o compromisso do Instituto com a excelência acadêmica. “Embora não busquemos essas colocações como um fim em si, esse reconhecimento mostra que não estamos no caminho certo, produzindo pesquisas de impacto que são consideradas relevantes pelos nossos pares”, destaca o diretor.
Como o ranking é modificado – O ranking da Research.com é modificado com base no número de pedidos e volume de publicações dos cientistas em suas respectivas áreas. Para a categoria de Ciência da Computação, por exemplo, foram analisadas mais de 40 mil pesquisadores em nível global. A posição de cada pesquisador no ranking é determinada pelo chamado índice D, uma métrica que leva em conta apenas publicações e instruções relacionadas à disciplina em questão. No caso da Ciência da Computação, o limite mínimo para que um pesquisador fosse incluído na lista é um índice D de 30, já que a maior parte de sua produção usa equipamentos na área. Além disso, os dados gerados por esse índice am pelo manual de curaria, o que de acordo com a Research.com confere maior atualização ao levantamento. Ainda segundo a plataforma, embora a posição no ranking se baseie em métricas objetivas, o volume e a qualidade das publicações em veículos científicos de prestígio servem como uma indicação adicional do impacto real da pesquisa produzida.
A publicação do ranking é desenvolvida pelo cientista de dados Imed Bouchrika , cofundador da Research.com e doutor em Ciência da Computação pela Universidade de Southampton , no Reino Unido.
Os destaques do ICMC – O professor André de Carvalho, cujas pesquisas se concentraram em aprendizado de máquina e inteligência artificial (IA), conquistou um índice D de 59, tendo 15519 declarações e 463 publicações. Para ele, isso só foi possível graças “aos alunos que orientei e oriento e às colaborações com colegas”.
Por outro lado, o professor Seiji tem o índice 40, tendo conquistado 6426 orientações e publicado 313 artigos, cujo enfoque se dá em gamificação e IA na educação. Professor emérito desde 2020 José Carlos, também tem índice D de 40, 6385 consultas e 260 publicações. Ele tem atuado, fundamentalmente, com testes de software, educação em engenharia de software, engenharia de software experimental, sistemas embarcados críticos, e ambientes e métodos de ensino.
O professor Diego, cujo índice é 37, tem 3756 solicitações e 127 publicações e sua área de pesquisa envolve aplicação de redes complexas ao Processamento de Linguagem Natural (PLN) e aprendizado de máquina.
Francisco alcançou o índice 36, com 10.865 citações e 154 pesquisas publicadas. Suas investigações teóricas se aprofundam na análise de processos dinâmicos que ocorrem em redes complexas.
Em 26º no ranking dos matemáticos, o professor Alexandre, tem índice 33, 4095 consultas e 131 artigos. Ele tem se dedicado a estudar equações matemáticas complexas, especialmente as chamadas semilineares parabólicas e hiperbólicas.
De acordo com a plataforma, o ranking busca inspirar cientistas, investidores e instituições a entender para onde caminha a pesquisa de ponta, identificando os especialistas mais influentes em cada área do conhecimento. Na edição atual, o Brasil aparece com 62 cientistas da computação entre os mais influentes do mundo, ocupando a 24ª posição no ranking global.