
Existem exemplos públicos que não nos deixam indiferentes, não só pelas mensagens – visuais ou textuais – que nos invadem espontaneamente, mas também – e principalmente – pela abrangência e significado de seus conteúdos. E, um dos mais flagrantes exemplos dessas mensagens vem exatamente de uma instituição que se orgulha – e nos orgulha - de seu nome, de seu trabalho em prol da comunidade, um exemplo na área da educação infantil – a “Creche e Pré-Escola” da USP de São Carlos. Em toda a extensão do muro externo da creche estão impressos trabalhos e fotos de algumas das crianças que frequentam esse estabelecimento de ensino, reproduções alusivas à Natureza e ao belo tema “A Mangueira de nosso quintal”. Ao explorar a curiosidade das crianças, suas conexões emocionais, o desenvolvimento de habilidades e a consciência ambiental, a “Creche e Pré-Escola” da USP de São Carlos acrescenta, ainda, fatores essenciais para o crescimento infantil, como a importância da socialização, saúde física, criatividade e imaginação, uma espécie de “adubos” indispensáveis para o crescimento dos mais novos. Não tem como não parar para observar. Bem no meio desse conjunto tem a justificativa desses trabalhos que reproduzem o pensamento das crianças em relação à “Mangueira de nosso Quintal, ao respeito pela Natureza e, claro, à devoção e profissionalismo de quem trabalha na “Creche e Pré-Escola” da USP de São Carlos. Ao reproduzir aqui, neste espaço, essa mensagem textual bem patente no muro externo da creche, tenho a certeza de que os comentários ficarão apenas por conta dos meus leitores. Parabéns por este magnífico trabalho. Tenho orgulho de vocês! “A importância da Natureza na Educação Infantil – A presença da natureza no espaço da Educação Infantil é um recurso poderoso para o desenvolvimento integral das crianças. Na Creche e Pré-Escola São Carlos USP, uma grande mangueira, localizada no parque dos tanques de areia, é um exemplo vivo de como a interação com a natureza pode enriquecer o aprendizado e as experiências sensoriais das crianças. Ao acompanhar o ciclo biológico da mangueira, as crianças vivenciam uma conexão direta com os processos naturais, desenvolvendo um olhar atento e investigativo. Suas brincadeiras revelam uma imaginação fértil e criativa: as folhas da mangueira, por exemplo, transformam-se em cercas para lagos feitos com areia e água, em colares, brincos, pulseiras e até no brinquedo inventado pelas meninas Viviana e Débora, o “vira-vira folhas”, que consiste em gravetos e folhas que giram nas mãos, proporcionando momentos de alegria e diversão. Gravetos encontrados ao redor da mangueira também ganham novos significados, sendo utilizados como pontes para formigas, riscante para desenhar na areia, madeira para fogueiras imaginárias ou elementos em suas brincadeiras de faz de conta. As flores da mangueira viram “comidinhas” nas casinhas de boneca e seu perfume, ao espalhar-se pelo ar, enriquece ainda mais as experiências das crianças, inspirando novas brincadeiras. Quando os frutos começam a aparecer, ainda pequenos, tornam-se brinquedos. À medida que crescem e amadurecem, as maritacas anunciam sua chegada, e as crianças desfrutam das mangas maduras, comendo-as até suas bocas ficarem manchadas de amarelo. Esse momento de delícia e descoberta é também uma oportunidade para aprender sobre o ciclo da vida: os caroços das mangas são plantados pelas crianças, que acompanham encantadas o nascimento de brotos, imaginando uma futura nova mangueira. Além das experiências práticas, a grande mangueira também inspira a expressão artística. As crianças realizaram desenhos de observação, representando o que consideraram mais significativo na convivência com a árvore. Serena, por exemplo, desenhou uma maritaca comendo manga, destacando a presença constante dessa ave na mangueira. Outros desenhos mostraram insetos, balanços, casas na árvore e crianças escalando seus galhos. Essas produções artísticas culminaram na exposição “Mangueira do nosso quintal”, exibida no muro externo da creche, compartilhando com a comunidade escolar o vínculo das crianças com a natureza e a riqueza de suas percepções”.
O autor é jornalista profissional/correspondente para a Europa pela GNS Press Association / EUCJ - European Chamber of Journalists/European News Agency) - MTB 66181/SP.
Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.