
A Pequena Central Hidrelétrica (PCH) de Cachoeira de Emas, em Pirassununga (SP), resultado de um investimento de R$ 75 milhões, está gerando uma média de 3.000 MWh por mês, o suficiente para atender o consumo de 15.000 residências. Para tanto, a Aratu, empresa responsável pela operação, instalou 10 turbinas do tipo StreamDiver® com uma potência instalada de 7,2 MW.
O diretor da Aratu, Ricardo Flores destaca a viabilidade econômica no investimento. “Sim, compensa o investimento pois o Brasil precisa de fontes de geração de energia limpa, aproveitando todo seu potencial hidrelétrico e evitando a demanda por usinas mais poluentes como as térmicas. O retorno do investimento ocorre no longo prazo, mas a Aratu tem confiança de que o investimento representa um benefício para o país e para a população local”, afirma ele.
Segundo ele, a Aratu está sempre avaliando novas oportunidades, mas no momento não há outro projeto em andamento. Além de da PCH Emas Nova, a Aratu detém a concessão da CGH Lobo, localizada na Represa do Broa entre Itirapina e Brotas.
Flores comenta que além dos impostos gerados nas esferas Municipal, Estadual e Federal, as PCHs desempenham um papel fundamental no setor energético, combinando geração renovável e desenvolvimento regional. “As PCHs operam com reservatórios menores ou mesmo em regime de fio d’água, como é o caso da PCH Emas Nova, minimizando os impactos ambientais. Com a geração local e descentralizada, as PCHs diminuem a demanda sobre as linhas de transmissão e diversificam a matriz energética auxiliando na diminuição do uso das fontes não renováveis como carvão e o diesel”.
QUATRO MESES DE OPERAÇÃO - A usina entrou em operação comercial em novembro de 2024, há quase quatro meses. Durante as obras foram gerados uma média de 200 empregos diretos e indiretos. Na fase atual de operação, são 25 empregos entre diretos e indiretos
Flores, revela que a empresa investiu R$ 75 milhões na hidrelétrica de Cachoeira de Emas, somando-se as obras de reativação e as contrapartidas feitas ao município.
A implantação da hidrelétrica, segundo laudos não alterou a piscosidade do Rio Mogi Guaçu. Conforme demonstraram os resultados dos Programas de Monitoramento da Ictiofauna e da Qualidade da Água desenvolvidos para a fase de construção, as obras realizadas no leito do rio não prejudicaram as condições para o desenvolvimento dos peixes. Com a entrada em operação da usina, também não se esperam alterações na piscosidade do rio, o que continuará sendo monitorado durante todo o período de operação da usina. “Após a conclusão das obras de reativação, o fluxo de água do rio foi regularizado, respeitando suas condições hidrológicas”, comenta o executivo.
Segundo Flores, os impactos no rio foram temporários, como durante a instalação das ensecadeiras para viabilizar a implantação das estruturas da nova casa de força em que houve aumento temporário da turbidez das águas, o que foi acompanhado de perto pelo Programa de Monitoramento da Qualidade da Água, tendo sido normalizado imediatamente após o término das atividades. “O canteiro de obras ocupou pequenas áreas próximas ao rio, as quais já estão em processo de recuperação ambiental com plantio de espécies nativas que iniciou em dezembro de 2024”, ressalta ele.
Ele explica ainda que todo o processo de licenciamento ambiental foi realizado junto à CETESB, órgão responsável pelo licenciamento de obras hidráulicas no estado de São Paulo. As demais licenças e autorizações necessárias à entrada em operação foram obtidas junto aos órgãos pertinentes, como ANEEL, ANA, Neoenergia Elektro e a Prefeitura Municipal.
Um dos desafios da empresa foi a de convencer a população que a implantação da usina não traria prejuízos para o distrito. Para tanto, um dos programas ambientais implementados durante a fase de construção foi o Programa de Comunicação Social, que teve como objetivo garantir a transparência, engajamento comunitário e esclarecimento sobre os impactos e benefícios do projeto. Ele atuou como um canal de diálogo entre a empresa, a população local, órgãos públicos e demais partes interessadas através das redes sociais, atualização do site, plantões de dúvidas e criação de campanhas socioambientais com escolas e universidades, o que ajudou a construir confiança e aceitação social, reduzindo as incertezas e dúvidas sobre o empreendimento, garantindo que a obra fosse compreendida e acompanhada pela comunidade.
Flores destaca ainda que as obras foram realizadas com máximo cuidado técnico e ambiental, mitigando qualquer impacto direto à comunidade local e o turismo. Ao longo de um ano e meio de obra não houveram registros de diminuição do fluxo de turistas devido às mudanças na paisagem, pelo contrário, os turistas ficaram interessados em conhecer e saber mais sobre o projeto.
O diretor também informa que houve a compensação florestal efetuada dentro do ICMBio/CEPTA, em uma área de 8,15 hectares, área esta composta pelo mesmo bioma da área de interferência e a recomposição florestal na área aonde foram suprimidos cerca de 1,0 hectare de vegetação. Nessa área de compensação foram plantadas mais de 11.000 mudas de árvores nativas, criando um corredor ecológico que se conecta até o rio Mogi Guaçu
Em acordo com a Prefeitura e Ministério Público, foram efetuadas contrapartidas, com obras de revitalização do bairro como: -reforma do prédio da Usina Nova e projeto paisagístico do jardim; com dois mirantes com visão privilegiada do rio e da escada de peixes; reforma do prédio da Usina Velha; revitalização da Ponte Velha, com instalação de novos semáforos; reforma dos 6 banheiros existentes, com ampliação de 2 deles; aumento da área coberta dos quiosques comerciais; harmonização da estrutura da nova casa de força com a arquitetura e paisagem local; restauração da fachada da EE Eloi Chaves; reforma da quadra de esportes e pintura da sede do Centro de Convivência do bairro Limoeiro; recomposição e manutenção da areia da prainha; revitalização do pátio da Polícia Militar Ambiental; reforma do local onde os pescadores limpam os peixes; sinalização turística; instalação de lixeiras.
Segundo Flores, algumas obras ainda estão aguardando a liberação de órgãos responsáveis pelo local, como: construção do Portal de entrada da Cachoeira de Emas; reforma de sala para uso pela Colônia de Pescadores e restauração da pavimentação da Ponte Attilio Zero (Ponte Velha).